Censura não!

Depois das charges a censura chega aos quadrinhos

Em Porto Alegre foram censurados charges, tirinhas e cartuns com conteúdo crítico ao governo de Jair Bolsonaro. E HQ dos Vingadores na Bienal do Livro, no Rio.

HQ dos Vingadores é censurada no Rio de Janeiro

Na terça-feira (3) foram censurados charges, tirinhas e cartuns com conteúdo crítico ao governo de Jair Bolsonaro (PSL), expostos na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. 

A exposição “O Riso é Risco: Independência em Risco – Desenhos de Humor” deveria ficar em cartaz até 13 de setembro, mas durou menos de 24 horas. As obras foram recolhidas por ordem da presidente da Câmara, a vereadora Mônica Leal (PP).

“São charges ofensivas com o presidente Bolsonaro lambendo botina do Trump, com uma cadeira presidencial vazia com penico em baixo. Mandei retirar a exposição. Fosse o presidente [retratado] que fosse, não importa a sigla que fosse, não é concebível uma exposição que ofenda o presidente da nação”, disse Leal.

Representantes da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) disseram que "a censura imposta ao trabalho dos cartunistas, independentemente do conteúdo ou outras razões, é injustificável "

 

Censura chega aos quadrinhos

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), anunciou em postagem nas redes sociais que mandou censurar exemplares do gibi “Vingadores - A Cruzada das Crianças”, expostos na Bienal do Livro. 

“A Prefeitura do Rio de Janeiro determinou que os organizadores da Bienal do Livro recolhessem esse livro [Vingadores - A Cruzada das Crianças], que traz conteúdo sexual para menores”, disse Crivella, em vídeo.

O gibi traz imagens de dois rapazes trocando carícias e se beijando, completamente vestidos.

Segundo a organização, após a postagem, a prefeitura mandou uma notificação extrajudicial para a Bienal, na qual não é pedido o recolhimento, mas que os livros fossem lacrados e viessem com uma classificação indicativa ou aviso de que há material ou cenas proibidas para menores de idade.

Em nota, a Bienal ainda disse que “dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser. Este é um festival plural, onde todos são bem-vindos e estão representados. Inclusive, no próximo fim de semana, a Bienal do Livro terá dois painéis para debater a literatura Trans e LGBTQA+”.

Sobre o conteúdo, a organização do evento diz que se qualquer pessoa que se sentir ofendida, ou não gostar do material, tem todo o direito de trocar o livro.

Fonte: Folha de São Paulo

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