REVIEW

SAMURAI SHODOWN 2019 | Análise do retorno do clássico

Em 1993, a febre dos jogos de luta ainda se alastrava por todas as casas de games. A Capcom reinava com Street Fighter II, com uma proposta diferente nascia Samurai Shodown.

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Em 1993, a febre dos jogos de luta ainda se alastrava por todas as casas de games. A Capcom reinava com Street Fighter II, que estava longe de esfriar, com suas versões “Champion”, “Turbo” e “New Challengers”, a trupe de Ryu, Ken e Chun-li batia de frente com os também imponentes Terry Bogard, Andy Bogard e Mai Shiranui de Fatal Fury, da SNK. Desenvolvedora esta, que também lançou a curto prazo, sucessos como Art of Fighting e World Heroes, que de forma superficial, utilizavam dos mesmos conceitos do gênero.

Street Fighter II: The New Challengers e Fatal Fury Special popularizaram os Combos.

E com isso, outras desenvolvedoras também apostaram no gênero, saturando rapidamente o mercado com clones de baixa qualidade, que insistiam em usar e abusar de mecânicas idênticas.

Mas no mesmo ano, a SNK lançou um jogo de luta que deixou muitos jogadores profissionais confusos, um game onde o combo não era o mais importante... e sim o timing do ataque.

Em 1993, nascia Samurai Shodown. Com uma proposta diferente de seus concorrentes, o jogo de luta dos Samurais, onde metade do elenco tinham bases em figuras históricas japonesas, cada personagem trazia uma arma específica, que se bem colocada durante um ataque, decidiria uma partida inteira. Se popularizando rapidamente, tanto no mercado Nipônico quanto no ocidental, a franquia conseguiu uma legião de fãs.

Após quase 30 jogos, infelizmente um longo período de hiato prendeu a série, e a SNK entrou em declínio... até que nesta velha-nova geração a desenvolvedora voltou com folego total e Samurai Shodown 2019 chegou com tudo, mostrando que a franquia ainda tem muito o que oferecer.

Cronologicamente, o jogo se passa antes do primeiro, mas logo ao iniciarmos o lançamento, somos recebidos por uma versão moderna da clássica abertura da série, onde Haohmaru (o protagonista) corta uma cerejeira como se fosse manteiga. E nos primeiros minutos de gameplay... ficamos satisfeitos ao ver que realmente se trata de um Samurai Shodown, trazendo as mecânicas já conhecidas pelos fãs da franquia.

Retornando com uma penca de personagens icônicos e adicionando mais 3, assim como SFV, o jogo seguira com o esquema de personagens DLCs sendo adicionados por temporada.

Os novos personagens: Darli Dagger, Yashamaru Kurama, Wu-Ruixiang.

Os que virão através de DLC nesta temporada.

Os comandos se dividem em 4 botões: espada forte, média, fraca e chute. O combo aqui fica em segundo plano, dando espaço para a importância do timing exato de cada ataque.

Um golpe com espada forte pode lançar longe um oponente, mas se o jogador se adiantar, o tempo de Recovery será lerdo, dando assim um espaço para um rápido contra-ataque. Um chute bem colocado pode derrubar seu oponente e, em alguns casos, até mesmo desarmá-lo.

Mas um dos pontos mais impressionantes deste jogo de luta tático, é que como de praxe, cada personagem é único, seja com sua arma ou estilo de combate. Mas em uma era em que novamente combos são o ponto alto nos grandes torneios de jogos de luta, é interessante ver o retorno de uma aposta onde o ponto principal é um único movimento bem calculado, que dependendo dos personagens que estão se enfrentando, pode praticamente definir um round. 

Se um Street Fighter ou The King of Fighters fosse um jogo de Damas, Samurai Shodown seria equivalente a um Xadrez, onde cada movimento pode ser crucial para a vitória.

E falando na franquia KOF (que também teve um retorno recente) graficamente Samurai Shodown supera e muito seu irmão, trazendo efeitos deslumbrantes para nossos olhos, passando longe dos modelos preguiçosos presentes no "Rei das Lutas XIV", mostrando mais uma vez que a SNK, pouco a pouco, esta se reajustando ao mercado atual de jogos.

Mas infelizmente, nem tudo são belas Nakorurus. O jogo possui baixa instabilidade no modo online, e até então, poucos oponentes dispostos a um combate a distância.

Os modos de jogo são os de sempre do gênero, sendo o “História” não tão diferente de um arcade básico. 

Alguns personagens do game, por enquanto, estão um pouco desbalanceados, além de algumas falhas na Hitbox, mas são problemas que se concertarão com atualizações, que provavelmente serão frequentes.

Enquanto a dificuldade... incrivelmente não remete a carnificina que eram os confrontos contra os famigerados chefes finais da SNK.

Chegando para a causar dor de cabeças aos profissionais de SF e KOF e cheio de estratégias para vencer cada combate, a entrada de Samurai Shodown ou Samurai Spirits (como é conhecido no Japão) ainda nesta geração foi uma grata surpresa... é um belo retorno para a franquia. Bom para trazer novos jogadores, além de convencer os veteranos a dar uma chance para ao título.

 

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