CELEBRAÇÃO
Você sabia que hoje, no dia 30 de Janeiro, comemora-se O Dia do Quadrinho Nacional? Uma homenagem a um imigrante italiano que foi um dos pioneiros na publicação de quadrinhos no Brasil e Mundo, décadas antes de Outcast lançar as tiras de Yellow Kid, nos jornais dos EUA.
A data é celebrada desde 1985, pois no ano anterior a Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas de São Paulo (ACQ-ESP) realizou uma pesquisa na Biblioteca Nacional(Rio de Janeiro/RJ) e descobriu que o Brasil era um dos pioneiros nesse tipo de publicação, graças ao lançamento de As Aventuras de Nhô Quim, de ngelo Agostini, lançadas semanalmente no jornal A Vida Fluminense a partir de 30 de Janeiro de 1869.
Nesses quase 160 anos de publicações o Brasil viu nascer e desaparecer inúmeras iniciativas de produção nacional de Histórias em Quadrinhos, os nossos populares Gibis, desde lançamentos em tiras de jornais, revistas próprias, como suplementos ou parte de matérias e sessões e magazines e até a migração para o mundo digital com as webtiras, mas o país nunca deixou de produzir suas histórias e revelar grandes nomes.
Desde a revista Tico Tico, a proliferação de Tiras em Jornais, o lançamentos dos Suplementos Juvenis de Adolfo Eizen e sua disputa com o Jornalista Roberto Marinho pelo filão de mercado de quadrinhos, inclusive com produções locais em revistas como O Gibi, o brasil sempre criou suas histórias. Os quadrinhos Disney. junto com A Turma da Mônica, a partir dos anos 70, alfabetizaram gerações de brasileiros com suas histórias, assim como outros autores foram regionalizando suas produções.
Na época da Ditadura a censura caia em peso contra os populares gibis Eróticos e de Terror de editoras como a Grafipar e outras que fizeram escola. Enquanto os Super Heróis vinham pela saudosa Ebal, RGE, posteriormente Abril e outras tantas, já nos anos 80 os jornais e as bancas de revistas foram inundadas por tiras nacionais de humor e que criticavam o sistema e os costumes, condensadas na celebrada e cultuada revista Chiclete com Banana, que chegou a ter mais de 100 mil exemplares vendidos por edição.
Com a chegada dos anos 90 e o Plano Collor os quadrinhos nacionais sofreram um baque e viram sua produção diminuir, assim como o número de bancas em todo o país foi caindo gradativamente. Sem bancas o habito de leitura também foi mudando e migrando para a internet com suas webtiras.
Hoje, o mercado tem muitos autores celebrados e premiados em Angoulême, o maior festival de quadrinhos do mundo, na França ou nos EUA, porém não temos as tiragens absurdas de 30 ou 40 anos atrás. Os autores procuram lançar suas obras de maneira independente ou com apoio de editoras, mas com tiragens que variam de centenas de gibis a pouco mais de duas ou três mil unidades.
E o Pará não publica quadrinhos?
O estado do Pará, apesar de ter vários ilustradores trabalhando para mercados da Europa ou Estados Unidos, possui ciclos de produções, na maioria das vezes atrelados a editais públicos de fomento à cultura ou através de fanzines, publicações feitas por fãs e de maneira independente, normalmente xerocadas.
Segundo o pesquisador Vinícios Souza, autor do livro A História dos Quadrinhos Paraenses, a primeira produção local de HQs ocorreu na década de 70, com a quadrinização de uma entrevista de jornal, com uma companhia de Teatro, publicada na Folha do Norte, feita pelo escritor Paes Loureiro e o ilustrador Bechara Gabi.
A partir da década de 80 foram ofertados cursos e eventos no Centur gerando fanzines como o Crash, o Ponto de Fuga, já nos anos 90, e publicações ao longo das décadas como Quadrinorte, Belém Imaginária, Açaí Pesado e outras iniciativas.
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